A lua negra me presenteia
com uma estranha figura
lépida e esvoaçante
que projeta sua sombra
nas paredes de minha morada.
sigo-a rapidamente
com meus olhos afeitos
a penumbra da da noite
e vejo que é uma mariposa.
através do lufar de suas asas
uma doce e obscura sensação
permeia meu corpo e minha mente;
sons de uma conhecida melodia
densificam-se em meus sentidos;
as notas graves e descompassadas
me traz a recordação
da imagem pálida do teu corpo -
- uma ode ao sobrenatural!
sei que tua sede é grande,
tão grande quanto a minha,
mas aguardo o momento exato
de sentir teu chamado
e ir ao teu encontro,
protegido pelo manto
da nossa Mãe, a Escuridão.
sairei de minha pousada,
que vela minha não-Vida e,
num breve espaço de tempo
que não pertence aos mortais,
estarei defronte a tua cripta,
onde uma lápide cinza
ainda enaltece teu nome
num curto e singelo epitáfio -
- uma tentativa humana
de tentar eternizar aquela
que foste no passado...
Estarás me esperando
de braços abertos e,
como sempre, nossos corpos
mórbidos e gelados
se entrelaçarão num abraço
que velará nossa maldição;
nossos olhos iridescentes
penetrar-se-ão simultâneamente
até que nossos afiados caninos
perfurem nossas línguas
até sermos tocados pelo prazer
do beijo frio e renovador
a consagrar nossa não-Morte.
Ligados um ao outro
através de nossas jugulares,
uma vez mais padeceremos
o sofrimento do gozo ímpar,
intensificado e perpetuado
na troca acolhedora e indizível
de nosso negro fluído vital -
- o sangue renovador
dos nossos aguçados instintos.
Ao término de mais uma jornada,
já fartos e banqueteados
do sangue vermelho e quente
jorrado de nossas vítimas,
imersos na eternidade
que nos acolhe e tortura,
retornamos as nossas criptas
plenos, porém, insatisfeitos,
sabedores que nossa meta
culmina em amarga solidão...
E tudo isso, até quando!?
F I M
(Autor anónimo...meio incognito...morcergosmar)
E bem a sua cara mesmo...rs
ResponderExcluirAdorei passar por aqui e ver que postaste um poema meu. Obrigado pela oportunidade e pela amizade "secular"... Fique na paz de nossa sempre amada Noite, um beijo soturno.
ResponderExcluirmorcegOsmar
amei o poema.
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