Meio de volta...

quarta-feira, julho 30

Roda Gigante


Eu não poderia lhe dizer Adeus.

Estamos presos,vinculados,amarrados e ligados.
Você chora,eu choro,você rí eu choro,você vive e eu me olho.
Mesmo assim estamos separadamente e infinitamente ligados.

Para nós o fim e sempre um novo começo,longas noites,dias entendiados o para sempre nos espremendo feito uvas abaixo dos pés!
O meu melhor escorre e se empossa em algum lugar,sorvo do seu gosto sinto descer pela garganta é amargo,é triste e quente. Me vicio.

Não! Não!Nunca foi amor,ou paixão ou algo assim!
Foi sempre esta tensão de corpos,este tesão,esse ardor,violência,tupor esse vicio!

Os olhos em vidro olham para o nada a imagem de você que surge,que se forma.....NÃO! nunca foi carinho!
A certeza do erro,a certeza do não querer.
Sinto frio ...o ar me falta.
O cheiro...o seu cheiro me cerca...sua saliva...o calor....
Morro todas as noites,as vezes alguns dias ,ja houveram madrugadas...

E uma roda gigante ela gira em mim ela se mantem, sempre.
A força lenta subindo,o toque,a voz o calor subindo me invadindo a roda gigante subindo lenta atingindo o ponto máximo. 
A sensação de satisfação a descida ao inferno, o arrependimento,a doçura do dia, o frio na barriga a rotina...a subida lenta, a força que nos empurra para cima atingindo o topo novamente a roda gigante a respiração entre cortada,o gosto do sangue,o gosto de você,o cheiro impregnado,o doce amargo querer...
Eu poderia achar que é amor.
Mas, amor eu sei que é outra coisa.
Quando estou só eu vivo.
Quando você não me funga o pescoço os dias correm em direção do bem.
Eu não me escondo .
Eu não fujo
Eu fico e luto.
Uns dias eu ganho.
Uns dias eu perco.


Outros dias eu morro.