De Mim para Mim, Saudades

 As vezes te espero de olhos bem fechados,respiro fundo, aquieto a minha alma e adoço meu coração;

Compartilho minha esperança e tento te resgatar de volta para mim.

As vezes me canso e viro de costa para mim, adormeço em meus sonhos e enlouqueço na minha mente.

Tão sombria minha saudade.

Que me pesa o peito,se perde em meus olhos,respiro fundo, não sei como te achar.

- Meu Deus,saudade!

Essa saudade arraigada que enfraquece meu corpo,minha alma e minha mente,absorve meus anos de vida, que grita dentro de mim, que me deixa em carne viva,

Já não choro,mais.

Eu tenho saudades e ela é tão grande que a transformo em letras soltas para olhos que leem, nada faz sentindo, mas isso tudo é saudade bruta, fincada dentro de mim,morta dentro mim,sobrevivendo dentro de mim...

Por esta saudade e por não compreende-la eu naveguei por tempestades que não me pertenciam,não plantei arvores, não escrevi meu livro mas tive filhos.

Ela é feroz e relampeja através de meus olhos, eu não consigo ouvi-la,não entendendo,mas mesmo assim ela continua comigo, me beija os olhos,abraça minha loucura. ri de mim, olha para mim, somos iguais!

Sinto tanta falta de mim,dos meus sonhos e desejos,dos planos,das aventuras, dos sorrisos perdidos, da palavras esquecidas, da vida não vivida, me perdi, sou um fracasso que caminha para o fim, sem conhecer a mim, uma tela mal desenhada,confusa sem um destino certo,eu sou meu meio e meu fim, eu sou o começo de nada e o fim do meu tudo. me sobram horas e me falta coragem,um ser "finito" com dias contatos.

Saudades de mim, de tudo que fui, "sebosa",enjoada,engraçada,mentirosa,menina sorriso,aventureira,romântica (não mais) e inocente.

Saudades da menina má,da menina que creu e abandonou os amigos em nome da fé que nunca chegou, no entanto essa frase é uma mentira que conto para mim,todos os dias, na realidade é assim: Saudades da menina má,da menina que creu e foi persuadida a abandonar os amigos em nome de deus.

E dentro desse processo eu me encolhi,minha voz ficou sem tom e segui por todos os caminhos e não completei nenhum, uma farsa.

As pedras que me atiraram eu as atirei de volta,uma fúria descontrolada para se firmar e ser quem sou, quem eu desejo ser, quem desejo ainda ser, a paz interior cabe aos inocentes e eu sou culpada.

Culpada por deixar outras pessoas decidirem por mim, o que só eu era capaz de fazer, culpada por romantizar toda a minha trajetória e só agora entender que não existe beleza na escassez,não existe amor onde a partilha não é correspondida, e não existe perdão onde foi plantado dor,tristeza,medo e ressentimento, nunca imaginei que  NÃO era capaz de perdoar, mas sim, eu não tenha essa capacidade de doação, amarga, sempre deixei de lado, sempre fechei os olhos, respirei fundo e sorri,sempre me fechei em copas,sempre chorei escondido,nunca falei e quando falei as pedras voavam.

Eu não sou santa,nunca fui e provavelmente não serei canonizada! O que é bom pq não gosto de ladainhas nos meus ouvidos!

Mas, mesmo tentando dar um contesto a tudo que me corroí e me amarga por dentro.. ainda sinto falta de mim.

-Créditos na imagem.