Meio de volta...

terça-feira, fevereiro 22

BURLESCO, O REI OCO

 Aquelas palavras tão bem construidas na aurora dos tempos, desferidas daquela boca insalubre, pareciam desconexas, mesmo as conhecendo, a mim, naquele momento , parecia um amontoado de impropérios, sem sons, apenas grasnidos.

Palavras jogadas, cuspidas, sem sentido, arremessadas da boca para fora.

Um anão nas palavras, um gigante no ego, um ignorante perverso, letrado?

Sentado no seu trono umbrático, com a postura de uma gárgula, pousado sobre a sua insensatez, com olhos aparvoados, refletindo para sí mesmo, como Narciso[nota 1], encantado por sua "feiura" bêbado, mergulhado em sua sofrível vivencia..

Não sei se era um homem ou já fora, talvez em algum lugar...mas, hoje era tão somente uma criatura achavascada, sem molde.

Uma criatura arrogante com borbulhas pelo corpo, um ser ignóbil vestido em calças de homem, um rei com um pequena cadeira que chamava de trono,  um ser com um pequeno bastão e um titulo que ele por sua própria definição se achava nobre.

Burlesco, não era amigo, não era um homem, não era um cão!

Burlesco é perigoso só por um motivo, lhe deram um cetro.



 


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