Meio de volta...

sábado, abril 10

"E se eu desmoronar....."
Estou a horas parada,olhando para o teto,não penso em nada. Não vejo nada. Não sinto nada. Acho que acabou.Não existe sentimentos,nem lágrimas e dor. Não existe mas nada.
Fica a pergunta : Será que um di houve algo? Sera que senti algo? Sera que vivi? Plenitude?
Nunca vou saber. As últimas gotas ...vermelhas se esvaem....o corte dessa vez fora profundo e da maneira correta. Do alto do quarto eu percebi que meus olhos eram verdes,que meus lábios eram quase rosa,que minha pele era branca imaculada.nunca tocada. Nunca amei,nunca fui amada. Era a decisão certa. Morrer.
A faca brilhava no chão no meio da possa de sangue.E refletia algo preso por baixo do meu colchão.
Era um saquinho e dentro tinha uma oração. -" Para sua proteção" vovó me disse.
Nunca li o que estava escrito lá. E agora  talvez não fosse a hora de ler.
Fiquei ali no quarto me olhando e achando tudo estranho. Derepente me deu uma vontade de voltar ...de ser eu de novo,mesmo sendo daquele jeito. Ninguém me acharia antes da segunda...era apenas sábado. O dia do descanço para alguns e o dia de trabalho para outros.O domingo viria preguiçoso e eu estaria ja fria e dura. Algo correu em mim. meus sentimentos terrenos ainda estavam fortes demais em mim. Foi quando nun canto do quarto vi uma luz pequena se movendo agitada de um lado apra o outro. Derepente se voltou para mim. - Arrenpendida?- falou mansa. - Pelo seu olhar muito arrependida-
-Sei que não tem volta....mas queria voltar.
-Entendo. ..eu acho...olhou bem de perto o meu corpo pendurado na cama com os brços esticados para o chão...você tinha belos olhos verdes..nunca os viu não é?
-Não,só agora.
-Perdeu uma bela capa...continuou observando o corpo.
- "Capa"? quiz dizer corpo?
-Capa mesmo. Você mesma sabe que era só uma capa. Escrevia isso a todo instante. Que esta no espelho não era você....
-Como sabe disso? espantei-me
-Sua proteção sua avó nunca deixou de mentalizar sua proteção. Uma proteção bilateral. Mas você nunca a leu.Não ajudamos quando não somos convidados.
-Mas e agora?Quem vai me achar?
-Infelizmente, sua avó. Ela ja esta a caminho. Sinto as batidas do coração aceleradas, o tremor, a necessidade de ve-la viva.
-Quero voltar! Me diga como!
-Não tem como...
-Um folego...eu vou lutar...
-Não posso fazer isso. Você e uma suicida!
-Mas,arrependida...chorei como nunca antes ...
Ver tudo que se passou depois foi como estar anestesiada...
Além de estar morta tinha uma dívida....e dívidas sempre são cobradas....estava com medo...não senti quando a pequena luz virou uma labareda de fogo e me lambeu....






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Um comentário:

  1. Mas e agora?Quem vai me achar?
    Perguntas de qualquer pessoa que se pensa.
    Gostei deste diálogo.
    a sua trama dramática mais parece uma cena teatral.
    Bom mesmo este aperto de não sabermos quem nos vai achar!

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