Meio de volta...

domingo, maio 10

AZUCRINAÇÃO







Tinha sido um dia normal.Trabalhei.Fui ao estágio.Não fui a aula à noite estava exausta.
Meus pais tinham saído levando meu irmão junto. Era o inicio da noite.Como diria minha avó a boquinha da noite.Eu sempre gostei de estar só.Podia me dedicar a mim , as minhas músicas e textos e muitas vezes em épocas de estágio fazia meus planos de aula ou simplesmente via tv.
Naquele dia depois de trancar toda a casa fui tomar banho.Fui tomada de uma súbita agonia que me apertava a garganta em segundos sai do banho achando que estava passando mal ,mas o medo me invadiu de uma forma tamanha.Troquei a roupa liguei meu som no último volume liguei tv tinha algo a me observar era intenso,forte e estava ali por mim pela minha alma!
Sai pela porta lateral da casa ,mas fui cercada por um vento denso com um odor que não sei identificar voltei para dentro da casa desejando estar sonhando. A angustia me corria por dentro.Meu namorado estava atrasado a hora se arrastava.As luzes começaram a piscar. Algo queria muito que eu sentisse aquilo.Ou seria alguém ? Eu não sei!!!!
De repente ouvi palmas no portão da frente criei coragem abri a porta da frente me aproximei era um rapaz jovem respirei aliviada sorri e falei.- Boa noite! Quer falar com quem?
Nunca pensei que isso pudesse acontecer o homem se transformou bem ali na minha frente. Os cabelos se desalinharam, a voz num tom grotesco, parecia visivelmente perturbado me oferecia alho e eu disse que não queria que já tinha em casa ele insistia e falava gutural:-"Aceita" balançava o portão com força fiquei com medo; um medo terrível me invadia e respondi infantilmente que não gostava de alho que tinha cebola em casa!!! Corri fechei a porta e ele continuou la fora numa luta imaginária contra aquela vento de odor forte.Da fresta da janela lamentei a sorte daquele rapaz e vi quando simplesmente ele sumiu.
O odor estava dentro de casa.E eu me lembrei de uma brincadeira que minhas primas morriam de medo quando éramos crianças ,mas que sempre que elas viam dormir na minha casa eu insistia em fazer....
Era mais ou menos assim:
Fulana estou na porta da sua casa...Fulana estou na sala da sua casa...Fulana estou na porta do seu quarto...Ate a frase final..TE PEGUEI!!
Era isso que estava acontecendo comigo naquela hora ele estava dentro da minha casa invadindo meu quarto e minha casa eu só tinha uma saída a porta que estava ao meu lado ,mas eu estava paralisada pelo medo ,pelo odor e pela curiosidade de ver o que era aquilo.
Minha mente num rompante moveu todos os meus sentidos abri a porta e corri para o portão ainda ouço o barulho da porta se fechando atrás de mim o urro e logo a minha frente o portão da rua era simples só correr ,mas me senti presa cada passo era uma conquista a porta se abriu e eu não tinha chegado ao portão da rua.A porta abriu e se fechou era só abrir o portão da rua minhas mãos não abriam ,meus olhos não enxergavam,meu olfato sentia o odor me cercando...senti algo em minhas mãos ....o portão se abriu ....e o vento passou por mim ..invadiu meu corpo e saiu ...
Um amigo meu tinha aberto o portão ...perguntou pq eu estava gelada e que cheiro era aquele ..eu não sabia explicar.
Mas , ele sabia....me respondeu com um sorriso bélico- bem vinda ao dia da AZUCRINAÇÃO!-
Depois de refeito o susto.Ele me disse que com ele tinha acontecido a mesma coisa e com muita mas gente.
Pelo menos eu sei que não sou uma caso isolado.
Nunca esqueci dessa experiência.Nunca soube de mas gente que tivesse vivido isso além de mim e dele.


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2 comentários:

  1. Letheia

    Foi lento o teu belíssimo texto, um policial muito bem urdido e bem escrito. Aprecio bastante este tipo de leitura nem sempre tão escorreita, como a tua.
    Fique a pensar se não serás policiarista.
    Daniel

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