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quinta-feira, junho 25

As óperas rock (Por Kid Vinil, colunista do Yahoo! Brasil)

Do que se trata uma ópera rock?


No final dos anos sessenta e início dos anos setenta, as bandas de rock, principalmente as inglesas, começaram a trabalhar seus discos como se fossem obras conceituais. Nesse caso, a ópera rock se desenrolava em canções, como se fossem narrativas de acontecimentos em torno de um personagem principal.


O conceito de ópera rock se materializou a partir de 1969, com o lançamento de "Tommy", do The Who e "Arthur or The Decline And Fall Of The British Empire", dos Kinks. Essas duas óperas rock completam 40 anos em 2009.

Em 1969, Pete Tonwnshend, guitarrista do The Who, escreveu a história de um garoto, cego, surdo e mudo, que tornou a banda conhecida internacionalmente. Inspirado no álbum "S.F.Sorrow" composto pela banda britânica The Pretty Things, em 1968, Pete resolveu escrever "Tommy". Apesar das críticas recebidas na época, "Tommy" tem momentos maravilhosos como, "I'm Free", "Pinball Wizard", "Sensation" e "We're Not Gonna Take It". O disco acabou virando filme adaptado por Ken Russell, em 1975, e tinha convidados e interpretes muito especiais como Tina Turner, no papel de "Acid Queen" e Elton John, interpretando "Pinball Wizard".

Em 1972, antes do filme, foi lançada uma edição com a London Symphony Orchestra & Chamber Choir e trazia uma série de estrelas do rock, como Roger Daltrey (Who), Rod Stewart, Richie Havens, John Entwistle (Who), Steve Winwood, Ringo Star (Beatles) ,Maggie Bell, Pete Townshend (Who) e Sandy Denny.

Em 1973, Pete Townshend e o The Who revisitam o conceito da ópera rock e lançam "Quadrophenia", dessa vez a história de um garoto rebelde na década de 60, durante o movimento mod, que fazia um contraponto com a história do Who no anos sessenta, dentro da cultura mod. Em 1979, "Quadrophenia" também virou filme e foi tão cultuado e recomendado quanto "Tommy"

Menos abençoados pela sorte, a banda inglesa The Kinks lançou vários albuns conceituais a partir de 1968, como "The Village Green Preservation Society", mas a obra prima do grupo veio em 1969, com a ópera rock "Arthur or the Decline and Fall of the British Empire". Devido ao senso crítico aguçado de Ray Davies sobre a sociedade e os costumes ingleses, esses dois discos dos Kinks não conseguiram a projeção mundial que o Who obteve com "Tommy". Na verdade, os Kinks falavam sobre os problemas e o dia a dia dos ingleses, coisa que não interessava aos norte-americanos.

Em "Arthur", por exemplo, eles contam a história de um cidadão inglês que fugia para Austrália durante a Segunda Guerra Mundial. Foram discos elogiadíssimos pela crítica, mas fracassados comercialmente. Passados 40 anos, hoje são dois dos álbuns mais cultuados e influentes feitos pelo The Kinks. Inconformado com o fracasso de sua ópera rock, o líder da banda, Ray Davies, lançou pelo menos mais cinco óperas rock durante a década de 70, mas nenhuma delas conseguiu superar a genial "Arthur".

A década de 70 foi marcada pelas óperas rock e musicais como "Jesus Christ Superstar", por exemplo, mas no final, Roger Waters, do Pink Floyd, escreveu "The Wall", que fala de um rock star chamado Pink. Em 1979, o álbum "The Wall" foi outro campeão de vendas do Pink Floyd e o filme foi um sucesso. Canções como "Another Brick In The Wall" e "Confortably Numb" tornaram o Pink Floyd uma das bandas mais famosas do planeta.



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